Era uma noite clara. A lua estava bastante iluminada. No
entanto, o céu estava encoberto por nuvens que desenhavam os seus mistérios. E
se minhas mãos alcançassem o céu, talvez meu coração encostasse-se às suas
dúvidas. E eu sopraria as interrogações, junto às nuvens, até que as estrelas
surgissem junto das tuas afirmações.
Há cumplicidade no abraço. Há laços entre os beijos. Há sintonia
entre os olhares. Há umidade nos toques e arrepio nos ouvidos. Existe um pouco
de fé e quase um pingo de esperança. Existe alguma coisa ali que aproxima, que
entrelaça, que aperta e que enche de vontade de ficar mais.
E então me flagrei pedindo a Deus nossos abraços se
repetissem todos os dias. Me flagrei, sussurrando para o universo que era você
que eu esperava. E te pedi para mim. Pedi, sem saber como se pede. E me perdi,
sem saber como se perde.
O tempo. Ele sempre termina pra nós. E quantos “nós” eu
trouxe comigo para te deixar ir em paz. Aqui comigo, entre os nós, teu sorriso
que guardo e bebo nos momentos de crise. Eu sempre fico bem.