Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Novo

O mundo parecia desabar. E eu pensei que as pernas não suportariam o peso dos ombros e nem as lágrimas lavariam a dor da alma. O peito feneceu. O sorriso sucumbiu-se. Os braços não eram páreos para abraços de cura. Faltou ar. Faltou calma. Alma.
E então, me dei conta que não era o mundo desabando. Eu só tinha me perdido pelo caminho.
O Sol tinha nascido mais cedo e eu perdi a noção das horas. A dor, que tinha gosto de adeus, tinha peso de final, ganhou uma nova forma e eu respirei aliviada. Era o novo. Um caminho para ser sentido, saboreado, vivido em cada vão momento. Em cada mimo de detalhe.
Reluzia o amor que vibrava minha alma e me mostrava tantos sonhos ali, realizados em suprema existência e em ímpar essência. Era algo muito melhor que eu poderia desejar. Era só permitir ser...
O mundo parecia renascer. E eu pensei que meu peito não suportaria a alegria do novo abraço. E que todo sorriso viria de tudo aquilo que eu poderia ter de melhor, e todo este tempo.
Faltou ar. Reinou a paz. Tive calma. E era alma. Almas.

Débora Andrade


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cacos de Amor

Cacos. Minha vida pelo chão.
Meus vidros em pedaços pontiagudos, 
Feridos e forjados, 
Fere e sangra.
Inútil coração,
Indefeso, ataca.
As cores em tons de cinza.
O amor, talvez, ainda não nasceu. 
Aguarda, sem pressa, pelo sim ou pelo não.
Vive em mim, feito pedaço meu. 
Pulsa, feito coração.
Amor, em cacos, não sobreviveu.
Sonhou mares, montanhas e sobrevoou o impossível.
Contou passos, horas, flores, letras, tardes de sol, noites de chuva, fez canção.
Peito fajuto, em luto, sem fruto, esconde nas sombras, escuridão.
Um tanto de medo sem nenhuma razão.
Em pedaços, outra vez, pobre coração.
Redescubra, reinvente, reintegre...
Rapte o dom de dar luz à escuridão.


Simples

O amor nunca foi um mistério. Não é criado de enigmas e nem escrito em códigos. É algo bem simples que se descobre no conforto de um abraço, na doçura de um beijo, na dor de uma saudade. Não é a palavra. Não é a frase. É o movimento de dentro pra fora. O brilho nos olhos... é o combustível de realizações.
O amor não é dono do tempo e nem dos fatos. Ele não complementa a vida. Ele transborda, ultrapassa as nossas margens. Nos dá coragem, força e alimenta a fé.

É o inesperado. É a valentia de ser quem é. O desejo no caminho da concretização.


Débora Andrade


domingo, 15 de dezembro de 2013

Com Alma

Pulo das alturas. Mergulho no céu, de olhos abertos, para enxergar os detalhes. A vida amena nunca me causou transformações. Nem mesmo me deu paz. Vou aprendendo a lidar com as frustrações. É resultado de quem pauta a vida com esperança e coragem. Não me envergonho por isso e aprendi a lidar com a dor no estômago.
Mais uma mala pronta. Parada na estrada eu não fico. E se encontrar outro penhasco, eu pulo. Nunca tive medo de abismos. E me atraio pelas alturas. Não perco as histórias. Deixo algumas lembranças, outras marcas. E a decisão continua sendo meu melhor remédio, enquanto não encontro reciprocidade no amor.
A vida segue. E sempre irá seguir. Pelas estradas ou pelos céus, as lágrimas nunca me farão deixar de ser.
"Alma, vai além de tudo que nosso mundo ousa perceber."

Débora Andrade


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Erro de Tempo

O inventei da cabeça aos pés. Escolhi a cor dos olhos e jeito de olhar. Inventei as mãos e a forma de me tocar. Eu escolhi a temperatura do beijo e o quanto ele poderia durar. Eu o inventei em detalhes. E a vida me trouxe em personificação cada gesto, cada gosto, cada canto, bem da forma que pensei “o moço”. O erro? Foi do tempo. 

Débora Andrade


domingo, 8 de dezembro de 2013

Fotografia

Era preciso desacreditar. Retroceder a fé e deixar só a lembrança viver, sem nenhuma fotografia.
Laços invisíveis, sem registros e nem imagens, a não ser a que insiste em bater aqui, junto ao peito, pintando seu sorriso, meio de lado, canastrão. Levando sua mão no meu rosto, perseguindo com o olhar os meus gestos livres e sentindo com seus braços os meus sorrisos, serenos, intencionados aos seus.
Era preciso refazer o passo. Reciclar as horas passadas regadas á expectativas que a paixão persiste. Mas como é difícil sonhar sem ter tua imagem compondo meu cenário de felicidade. 
Recompor a história a iniciar por um ponto final. 
Iniciar novo ciclo, nova rota, novo rumo, novos passos. 
Mantive as letras, os versos, as cartas, as flores, as músicas no mesmo lugar. Com a falta do registro de nós.
Iniciar nova rota. Nova estrada. E um álbum de fotografias. 

Débora Andrade


domingo, 1 de dezembro de 2013

Horas e Dores

O dia ficou mais vazio sem as vibrações das suas palavras.
O relógio, parado, mente para as horas enquanto elas brincam com as minhas expectativas. A gente sempre espera por surpresas.
As mãos, chorosas, reclamam a falta dos dedos entrelaçados, feito laço.
Sobram faltas e  faltam espaços. Um vazio, apertado entre saudades, ecoa insensato e triste, um canto sem encanto, estranho jeito de dor.
Até amanhã. Só até amanhã. Quando tudo, de volta ao lugar, perceberemos que não passou de um sonho. Bem feito aqueles que todas as manhãs eu te contava, com entusiasmo. E bem feito aos que você nunca consegue lembrar.
O tempo se encarrega de transformar a história em lembrança e todo amor e saudade.
Débora Andrade




É só mais uma prosa...

Eu o coloquei entre meus poemas e minhas prosas. Acordava junto ao seu "bom dia" e adormecia em paz, depois do seu "boa noite". Talvez um erro, mas, o eternizei bem em mim, junto às palavras que nunca me sufocam e sempre me libertam. 
Arquitetei caminhos com as nossas letras. Percorri uma estrada sem volta, recolhendo pelo chão todas as cores que nós brotamos juntos. Eu vislumbrei e vivi um mundo muito mais bonito desde o dia em que deixei de resistir à esta história. Não me arrependo nem da vírgula. 
Preso, junto às lágrimas, está o nó. O mesmo que fica na garganta e salta para página em branco. O nó que não se completou com o "s" que eu esperei, do verbo esperançar, que você me lembrou que existia. 
Parece coisa de outras vidas. Parece um reencontro. Mas, no fim, é só um monte de amor estacionado entre verdes e raízes e vistas de pôr do sol. Não aprendeu amanhecer. 
Nem bola de cristal e nem cartas de tarô. Mas, para quem acredita que o Sol nunca dorme, espero, do verbo esperar, meu dia amanhecer com gosto de amanhã. Respiro fundo, relembro sem dor, rememoro as versos e rimas que fomos juntos e abro a porta da minha vida. O amor sempre entendeu de liberdade. Porque, também, entende de saudade. 

Débora Andrade