Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

sábado, 25 de outubro de 2014

Vire à Direita

Palavras interrompidas. De nossas, passaram à minhas em tom de lamentação. Nada pode ser mais doloroso que mentiras.
Eu ainda sentia o perfume das flores, misturadas ao do seu abraço. Ainda salivava aquele gosto nosso. Ainda esperava o amanhã do "reencontro forjado pelo destino", do "feitos um para o outro".
Você ainda sinalizava à direita no caminho que daria à "nossa vida", quando subitamente, virou a esquerda, me deixando sem saber se eu deveria ir ou ficar. Se era um atalho ou, se realmente, me disfarçava por outros caminhos.
Desastrosamente, iniciou-se um vendaval. E um redemoinho engolia, violento, coisas nossas. Não enxergava mais as esquinas e me perdia nas margens de mim. Algo faltava no peito e sobrava nas entranhas uma dor, quase física, das lembranças destruídas. Palavras interrompidas. Toda minha verdade, tornada forçosamente, mentira.
As horas se arrastaram por bons e cruéis dias. Tudo era nada e eu, ali, entregue à missão de te fazer sorrir. Aguardando ansiosa pela completude que você desejava.
Ao te dar asas,  me esqueci que meu dom sempre foi voar.
Refeito os dias, passado o vendaval... me desfiz dos cacos e das sobras. Nunca fui de me contentar com faltas. Nunca fui de colecionar clichês melodramáticos.
O Sol me brilha todas as manhãs e me convida a viver no alto. Bem perto dos pássaros.
Talvez, de lá, eu até consiga te ver. Mas, naquele dia que você virou à esquerda, eu me vi outra vez. Talvez, eu tenha me encontrado enquanto você se perdia.

Débora Andrade


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Olhos Abertos

... é como deixar que as letras surjam, redesenhando um novo sentido na vida. Sem me ligar com as regras ou atentar, crítica, à pontuações. 
Parece que o vento soprou outra vez e me trouxe na brisa algumas palavras novas. 
Parece que o tempo me deu um novo  jeito de escrever. Assim, começando com reticências para que o início não seja, talvez, um fim, feito estas histórias que não terminam sem nunca ter começado. Farta. 
É que hoje eu abri os olhos e não tentei refazer minhas histórias. Nem tentei entender as tantas falhas destas entregas às margens de mim. É que hoje eu anoiteci, antes de amanhecer. E despertei o sol em mim. 
... é como achar que tudo era, de fato. E de fato, era. Destas histórias que se assemelham ao vento: não se vê, mas... se sente. E tudo, em demasia, perde o ponto. Nem reticências e nem ponto final. É que hoje, eu abri os olhos. E me vi, antes de ver você. Amanheci, antes de anoitecer. E acordei o sol.
"...sobrou meu velho vício de sonhar..."

Débora Andrade