Existem perguntas que somem com o passar das respostas. Perde o tom da indagação tornando-se afirmações. É a prática do tempo. E o tempo... O tempo só sabe passar. Mesmo que eu peça ou implore, ou ainda que eu ore aos céus, o tempo só sabe passar.
E os nós atados não dissolvem as afirmações contidas na garganta. Tenho um nó na garganta e um laço no peito. Presa às afirmações que o tempo me dá e as rugas começam a me nortear. Amanhã ainda é amanhã. E lá, tão longe, não se realiza nada. Hoje. Este dia sim foi feito para isso. Para realizações. No amanhã moram os sonhos e no hoje, os planos em ação.
Tenho no meu peito um nó. Um laço em fita na boca, como quem a embrulha de presente ao beijo. É teu. Assim como o nó.
As palavras passam com as horas. As perguntas se tornam afirmações. Perdemos as respostas. Porque o nó é falta. Falta de nós.
Só tenho respostas. Sim, é uma delas. Mas, o tempo passa. Eu posso esperar. O tempo não.
Segundo Platão, dialética é a arte das perguntas e respostas.
E eu só tenho um nó
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