Criação que cria. Cria ação, atura.
Feita por mãos vindas dos céus, em formas perfeitas,
Tão deusa, quase santa, com dose doce de pecado entre curvas.
É dona de pranto, de canto, tem manto, tem amor para cura.
Donas de sorrisos francos e risos cênicos,
É poesia que emerge das pedras,
É prosa que sucumbe as dores,
Pinta arco íris em qualquer cinza com suas cores.
É silêncio. Destes que sabem invadir barulhos, rimando versos agudos.
Corpo, misturado com alma, que repele o medo com sorriso e abraça o futuro no ventre.
É quem vive, não só aguenta. Que tem a ternura nas mãos reticentes de arte.
Dona dos mapas que a cabeça dança, pinga sorrisos e esbanja elegância.
Dona de um mundo que cabe no colo, no verso, na capa, no pão, nos olhos.
Contorcionista das dificuldades, malabaristas das objeções.
Maria, Ana, Rita, Joana... todas, tantas e muitas. Nenhuma igual a outra. Todas elas, gigantes. Mulheres. Deusas, não santas. Mulheres.
Débora Andrade