"Venha o vento que vier e se virar, nada"
Esta frase é de uma canção do Grupo Rubel.
Hoje, ao retornar minhas letras, me deparei com ela.
Visitar minhas letras é o mesmo que me visitar. Às vezes, caminho distante e ainda não me vejo. Nem mesmo de longe. Mas, quando há este exercício de me ler, eu me retorno à mim e me retomo. Este gosto de ser minha. Este vício de ser dona de qualquer coisa de mim.
E hoje eu me lembrei que eu sempre fui de me virar. Vindo qualquer vento. E que as tempestades, embora me tirassem a direção, sempre me fizeram voar. É porque nunca tinha medo. Me esqueci do nunca.
E hoje, paralisada, ouvindo a música pela nona vez, pedi perdão à mim. Passarinho no ninho. Apreciando o céu que é seu. Fazendo poesia sem rima de uma vida de versos assimétricos e canção sem compasso. - Pode pular. Vai. Tuas asas nunca saíram do lugar. Pode voar.
Débora Andrade