Anoiteci angústia e, no choque das nuvens, chovi.
Adormeci cinza.
Três dúzias de palavras fizeram minha cama.
Elas saltavam pra dentro de mim. Saltos em sincronia com as
palavras engasgadas.
Me sufoquei. Gritei pra dentro.
E agora minhas letras dançam nos céus.
É neste bailar de letras que angústia virava poesia.
Amanheci em versos...
E hoje, vi flores nascendo em meu peito.
A boca cala o que o coração está cheio.
Deixo os versos para as mãos.
Amor. Amor. Amor. Amor. Amor.
É o que o escorre dos meus dedos para as rimas.
Amor nunca foi só calmaria.
Débora Andrade