Arrisco traços em cores quando penso em teu abraço. Mas,
nada que eu pinte ou escreva, se assemelha ou se aproxima à grandeza do sentir
que é entregue no silêncio envolto aos teus braços.
Guardo por aqui algumas palavras de conforto, bem vindas da
serenidade do coração. A vida caprichou nas nossas tempestades. Mas, o que
seria pequeno diante de nós, que nos fizemos tão imensos perante um ao outro? Não
economizou em nenhuma emoção.
Mesmo que tímido, ainda percebo o brilho do teu olhar. Aos
poucos, a vida vai se encaixando e nós, nos encaixando. Vamos tomando conta dos
espaços e dos vazios, sem invasões drásticas. Não há como nos repelir quando
traçamos nossas linhas. São paralelas, nada uniformes e, nem sempre, no mesmo ritmo
ou tom. Mas, seguem lado a lado.
Fomos expostos, escancarados, com verdades inversas e
reconstruídas distantes do que somos. Nada de nosso. Mas, bem perto de nós,
quando o tempo para e a céu parece tão perto, no toque e na respiração, em um
olhar de três segundos, nos confessamos e nos reconhecemos. E nos deparamos com
um novo Sol neste mesmo caminho.
O que cabe no nosso tempo é calma, é paz, é amor. Porque nossos
minutos ainda continuam valendo dias quando nossas mãos tomam conta de nós.
Não tema o tempo. Nem mesmo o meu. Não tema a minha pressa,
o meu romantismo exacerbado e minha mania de dar cor às nuvens, às histórias. Já
que eu não temo o teu silêncio, nem o teu compasso lento e menos ainda a tua
história. Não tema a nossa história. Algo parece ter sido escrito por aí, feito
lei, que nós saberemos sempre escrever e reescrever com paixão todos os
começos, meios, fins e recomeços, independente das tempestades.
Me releio, quando leio você. Me reaprendo quando aprendo
sobre nós. E volto a arriscar nossas linhas.
Débora Andrade
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