Sempre falei de mim a vida toda. Tentava me esconder nos
escritos, mas, era exatamente ali que eu me escancarava. Falava com facilidade,
sem me preocupar com as consequências dos desabafos. Aprendi a ser só. A viver
tudo dentro de mim, externando em palavras e deixando escapar gestos quando o
sentir transbordava. Mas, era tudo bem fácil.
Hoje, quando falo de mim, eu falo dela. Ela faz,
literalmente, parte de mim. Às vezes é um tanto assustador. Porque existe algo de dependência nisso tudo.
Ela depende de mim eu, que sempre achei que nunca dependeria de ninguém, passei
a depender dela. Para sorrir, principalmente.
Os dias não têm sido fáceis. Do susto à tempestade, o tempo
vai durando o que precisa para preparar o tempo das flores. Nas noites, silencio em mim as frustrações,
angústias e me desfaço da armadura, deixando a lágrima vir; assumindo toda
fragilidade que a vida não tem me permitido. Tento alocar tudo isto distante do
cordão umbilical... Mas, é bem em meio às minhas tentativas de forjar segurança
que ela surge com toda ternura e graça, dando voltas e cambalhotas no meu
ventre, apontando sinal de vida dentro de mim, acendendo toda vida lá fora. Ela
aparece me trazendo o futuro muito mais bonito. Então, consigo enxergar o seu sorriso
e a vejo trazendo uma nova canção, falando sobre o bom arranjo instrumental e o
quanto os versos e rimas palpitam felicidade em seu coração. É bem nesta hora,
no silêncio ensurdecedor da fuga, que ela surge como quem diz: - Mamãe, estou aqui. Olhe para mim. Eu amo você.
Já tão cheia de demonstração de força, ela me provou que a
vida está fora dos planos. Que sempre algo muito importante nascerá do amor,
trazendo ainda mais amor. E hoje eu posso dizer que já tenho o melhor de mim.
“Ela vem pra ser mais... mais de tudo. Mais amor.”
Nos faz florescer!
ResponderExcluirEla tb veio para lhe dizer que é impossível viver só.
ResponderExcluirMe vejo em seus textos tb, e me dá alegria em ver em prática que é possível encontrarmos a felicidade, sem cobranças , sem inseguranças, somente amor...amor puro, e este amor tem nome!
Belo texto :-)