Passo horas analisando situações da vida (a minha e também da vida alheia) na tentativa de entender: o ser humano, os caminhos traçados por nós e os destroçados pelos outros, o céu, as cores, os girassóis, as canções, a vida! Em algum momento dela (às vezes, em muitos), permitimos a perda do controle e, sem perceber, assumimos nossa fragilidade tão humana e cedemos. À algo tão mais forte que tantas imposições externas e à alguém tão mais poderoso que mora dentro da gente (um eu desconhecido em reconhecimento - coração, talvez). Cedemos à nós mesmos. É tanto "tem que" e a gente se perde entre invenções e convicções sobre certo e errado, quando tudo só deveria ser, sem rótulos e fórmulas prontas. E assim, deixamos passar o tempo, a vida, as oportunidades, as pessoas. E depois, reclamamos que a vida não foi generosa.Trouxe o que pedíamos na hora errada, do jeito errado, com mil complicações e dificuldades. Não foi justa e nem nos ajustou. Deixou correr frouxo o destino. A gente só queria sentir vida! Destas que queimam por dentro e despertam um brilho extra no olhar. Só que o medo gela a mão e, então, a gente solta. E volta a se amarrar nas mesmices dos dias cinzas pra depois exclamar, suspirando: - Foi melhor assim! Ou: - Tinha que ser assim. Das culpas que nos livramos, as altas sempre vão para a conta do destino. Nem por isso, deixa de doer. Aí a gente contorce o corpo porque o coração parece não caber no peito e se encolhe na sombra. A gente se esconde da gente, com vergonha do espelho. Perde o caminho e força o passo nas estradas vazias e, já sem fôlego, agradece pelo que restou. Tem gente que passa a vida agradecendo por tudo que não viveu, só para economizar as emoções e tinta de caneta.
Ao medo, um mal que não sofro, devo mais respeito. Se me permitisse este limitar, carregaria algumas feridas a menos e mais histórias amenas. Ainda estou tentando entender. Deixando o tempo passar: é o que o tempo faz. E deixando renascer o amor que cura.
Me canso. Só não desisto.
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