Das expectativas desconstruídas, os sonhos em implosão. Estranha é a sensação de sentir os tremores
internos: você suporta um absurdo barulho e submerge no seu silêncio forçado. O grito perde a força. E os versos mudam: - Emudecem. Arranham a voz, forçando os olhos,
confundindo as retinas. Deve ser a poeira dos escombros: um insulto às lágrimas.
Passou, talvez, amanhã. Mas, dos tijolos, colocados um a um,
mesmo que não tenham visto, há outras digitais. Eu vi. Não chegaria tão alto
sozinha.
Cuidadosamente, dei asas sem forçar os vôos. Sempre tendenciei o gosto por projetos
audaciosos. Tudo é além quando se emprega amor.
Amor? Sempre acreditei. Era a motivação.
Ecoa aqui, neste vazio, as palavras e canções. Vão e voltam
quando eu ainda nem fui. Parece que este abismo eu não saltei. Engoli. Parado,
ali, entre a boca e a garganta, feito grito preso. Feito dor que não me
alcança.
Apenas esta dose, nenhuma mais, deste dissabor. Porque a vida,
como eu gosto, é de renascer. De
reconstruir. E é sublime quando o caminho nos oferece a oportunidade de se
restabelecer. Você vela a dor, morre um pouco, sucumbe a tristeza e volta a
olhar o céu. Não tem mais poeira dos escombros. Olha outra vez e, o que há, é
uma grande área, toda sua, pronta para a nova construção.
Por enquanto, não aceite ajuda com os tijolos. Mas, só por
enquanto.
Débora Andrade
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