Distante, livros que nao contam nossa história, porque morreu antes dos olhos se fecharem. Um livro que nem se abriu.
A hora, que antes voava entre os braços, hoje, carrega o peso de uma estranheza mútua. E os nós, que antes se despiam de segredos e traduziam olhares e gestos, ali, no espaço em comum, são incomuns como se nunca tivessem passado um pelo mão do outro. Como se, antes, não tivessem vivido num mesmo sonho ou em um mesmo coração.
Éramos nós, mas éramos outros. Disfarçando na estranheza a intimidade que, um dia, revelou corpo e alma. Em fuga dos toques, das palavras e do consumo de dois. Como se nunca tivessem chegado a ser um.
E na hora lenta, passa como quem não tivesse passado. Nada mais parece ter importância. Porque parece que não houve nada de mais. Não houve nada.
Nunca estivemos tão longe.
Débora Andrade
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