O amor é tato, é toque. Ele toca. Da alma para o corpo e do corpo para a alma.
Não há engano no amor. Sente-se pelo frio na espinha e pelo calor no coração. Sente-se pelo suor das mãos e pelo arrepio no corpo.
Sabe-se que é ao ouvir suas extravagâncias de ritmos sem compassos. O amor silencia os redores enquanto faz barulho dentro da gente. Ele se manifesta como festa dentro de nós. Transforma música em história de dois.
Confirma-se pelos olhares confessos que não toleram calar o que a boca muda ou emudece.
Reconhece-se pelo abraço que se faz casa de afeto, de onde a gente não tem vontade de sair. Pelo o encontro dos lábios transmutando o beijo em encontro e reencontro. Sabe-se pelo gosto.
Sabe-se pelo sorriso que transborda alegria no brilho dos olhos ao ver um ao outro. E o coração faz festa outra vez.
Não há engano porque o amor não cega. Só faz enxergar além do que vêem. Porque sabe-se pela respiração, pelo cheiro que fica; pelo desejo de ir, vir e voltar correndo para o mesmo colo; pelo tempo que passa voando, pelo pôr do sol de inverno, pelas flores no asfalto, pelas impossibilidades que não são e pela simplicidade de uma poesia. Não há engano no amor. E nem amor em nenhum engano.
Débora Andrade
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