Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Do tempo que não vai

Os dias passaram e eu nem vi.
Noites mal dormidas, sem sonhos.
Os sonhos dormiram. E eu vi.
Dias perdidos de Sol. Sem sombras.
As flores nasceram azuis e eu não vi.
As lágrimas fugiram pra dentro de mim. Me partiram. Eu parti.
Não vi meus pedaços. Nem meu sangue. Eu não me vi.
Nasceram mil novas palavras e eu não escrevi.
Renasceu a palavra dor. E nunca morreu, o amor.
Doem as pontas dos dedos destas mãos que floresciam vida por ti.
Ferida alma, feito fera, revira o tempo de dentro.
Os olhos cegos pra dentro, já viram o milagre do sol às sete da noite.
Tinha luar nas quatro paredes do quarto. Tinha estrelas no teto do carro.
Era. Outra era. Era mesmo. Amor. Dentro. Em mim.
Fugi daqui de dentro, sem explicação. Só para não te encontrar outra vez.
Porque é em mim que te encontro.
Volto e revolto. Pairo nos ponteiros do relógio.
Me solto. Grito em silêncio.
Dói a falta. Dói o engano. Dói o tempo.
Morre a poesia.


Débora Andrade





terça-feira, 25 de outubro de 2016

Maior

"Eu sou maior do que era antes"
E as cores sempre voltam aos céus. E as flores não deixam de nascer.
E a vida insiste na poesia, enquanto as lamentações escrevem prosas num espaço escondido em mim.
Perde força a voz. Ganha espaço o silêncio. Numa luta que desbrava aqui no peito os caminhos de volta. Luta sem vencedor.
Fica tudo bem. Sempre fica.
A gente recolhe os sonhos e plastifica as histórias. O eterno nunca foi matéria. Abstração do mundo. O amor é.
Relembra, vez ou outra, o tamanho de um amor em rodeios. Parecia maior que eu. Parecia mais forte que nós. Mas, foi frágil. Deixou-se perder no ciclo covarde das convenções.
Amor. É imperioso. Soa gemido no vácuo da desilusão. Mas, retoma o caminho. Volta pra onde nasceu. Guarda voz e letras até o dia de nascer de novo.
É maior.