Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

sábado, 23 de novembro de 2013

Felicidade é, também, respeito

Aprovação. Não adianta dizer que não. Buscamos daqueles que amamos. Das mães, principalmente.
Aos dezesseis anos comuniquei à minha mãe que estava de mudança para Belo Horizonte. Eu queria estudar. Nunca fui de esperar ação de ninguém. Já estava tudo certo. Agora era ir. Minha mãe chorou como se eu nunca mais fosse voltar. A saudade doeu. Mas, eu fui. E foi bom.
A história se repetiu quando eu fui para o Rio. Foi, também, a forma como eu escolhi minha faculdade. Como comecei a trabalhar. Como comecei e parei de cantar. Como comecei e terminei namoros, cursos, trabalhos e dietas.
Durante um bom tempo da minha vida, me preocupei muito com que os outros pensavam ao meu respeito. Achava que eu deveria ser exemplo.Nem percebia esta minha preocupação, de tão natural que era para mim, o fato de ser para os outros. Uma amiga que conheci na faculdade e trago pela vida, foi quem me alertou. Entre as idas e vindas à bordo do 607, sessões de terapia destruíam aquela obrigação de ser para os outros e ser muito mais para mim. Minha gratidão eterna à ela.
Hoje as cobranças têm um tom diferente. Me levo muito mais à sério do que qualquer outro. 
Minha mãe acha que sou "topetuda". Dizer que não, não sou nada disso, é oportunidade para que ela me chame de teimosa:  - E ainda por cima não aceita. Você tem que aceitar conselho de mãe. Já falei que você tem que mudar. E também tem que procurar uma igreja.
Sim. Mães têm certa dificuldade com filhos que escolhem seus próprios caminhos. É difícil pra ela entender a minha relação com Deus: - O que é isso, minha filha? Agnóstica? 
Meu trabalho! Ela nunca entendeu meu gosto pelo sacrifício. Sempre achou uma loucura absurda eu "correr de um lado para o outro": - Como assim? Sempre sonhei para você um escritório com hora para entrar e sair. E não esta loucura que é sua vida. Sem hora, sem dia, sem lugar. Ah, ah, minha filha. Você deveria ter feito outra coisa. Você tem cada gosto! Não te entendo. 
Ouço a mesma coisa quando aviso sobre uma viagem com destino de aventura: - Acampar? Gosta de sofrer. Fazer trilha? Pelo amor de Deus, filha. 
A pessoa que mais me ama neste mundo? Respondo, sem pestanejar. Minha mãe. Mas, nem ela pode saber o que é melhor para mim.
No final, tem uma coisa que minha mãe entende muito bem. A minha alegria. A minha felicidade. A satisfação que minhas escolhas, por mais estranhas que lhe pareçam, me brindam. E a gente se abraça, com um afeto infinto entre os braços e um amor imensurável nos olhos. Felicidade é, também, respeito. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

E Se Não For

Falamos do tempo e do quanto nos tornamos importantes um para o outro.
Rimos um do outro e um para o outro. 
Nos preocupamos pelas dores, pelos incômodos, pelos sonhos não concretizados. 
Desejamos a felicidade. Vivemos um no olho do outro. Um no prazer do outro. Um pelo prazer do outro. 
Somos o suor um do outro. 
Já falamos sobre amor. Nos declaramos entre palavras, olhares e gestos. 
Nos entendemos. Nos compreendemos. Nos aceitamos. Nos incentivamos. Nos motivamos a ser quem somos. E somos. 
Criamos um mundo tão nosso capaz de criar felicidade em uma hora. Funcional, prático e solúvel. 
Ele se vai quando damos a partida. Junto ao sol que se põe. 
Junto à mensagem que chega com o mesmo conteúdo: - é sempre maravilhoso. 
E nunca foi diferente. Um dia, quem sabe, será. Ou, então, se não for? 
Não me responda, por favor. 

sábado, 16 de novembro de 2013

Meu Amor

Um  amor que caberia em dez mil canções. Que não acabaria nestas mil explosões que meu peito faz, sem barulho, todas as vezes que penso no teu abraço distante de mim. 
Um amor que construiria um mundo, um universo, sem espaço entre nós. Vivo, tão vivo; que morre todos os dias para nascer transformado, útil e renovado. 
Uma força de luz que me cega e me dá outra visão. Que implode teu ser ao meu, pouco a pouco, sangrando as faltas e suspirando os encontros.
Te amaria por mais três vidas, em silêncio. Porque até o dissabor deste sentir que clama pela tua presença, me faz vibrar. Pulsa em mim e dilacera meus sentidos. Entonteço e me ardo. Revivo. Intercedo por mim, retomo por nós.  Vou velando teu amor ganhando coragem de ser. 
Egoísta é este meu sentir que não precisa do seu. E ao se doar à ti, volta à mim dobrado e polido. O amor não é esta coisa triste que o mundo prega e faz poesia. O amor é cor. Mas espera, atônito, a interferência do outro. Quer ser violado e transformar-se, transformando o mundo.
Em mim há rios que cortam pedras seguindo em direção ao oceano que é seu coração. Tua calma muda, nunca me escondeu os rompantes de ondas submersas nas profundezas das suas águas. Tua alma se encontra com a minha. Confessamo-nos.
Meu amor é "infinito eterno para sempre" sem pontuações. É o desconhecido que habita em mim e viola meus sete segredos, me certificando da humanidade simples que sou. Me desnuda e me mostra. Expõe minha alma na palma da tua mão.
Revigora. Reintegra. Reconhece. 
Um amor que é meu. Pronto para ser de nós dois. Em movimento eterno. Vivo. Morrendo e renascendo sem busca. Independente. 



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pelo sim, pelo não

Era o primeiro passo. A decisão pelo sim ou pelo não. 
Já corriqueiro, o medo de partir era bem próximo ao medo de não cessar. O tempo me fez refém do instante agora. Todo e qualquer instante em que estivesse próximo da ideia de estar com você, valia um relógio. 
No teu abraço era fuga e encontro. Era ali que eu me esquecia do mundo e o pulsar do teu peito me tirava o chão, dando-me o céu. O mundo era leve e flutuante, sobre mares e tão perto do Sol..Como, então,  decidir pelo não?
Das tantas faltas, as que sobram e as que sufocam, não me acostumo com a do teu cheiro misturado ao meu. É feito prova de amor. Das misturas químicas que o corpo sentencia a alegria. 
Me acostumei com seus olhos sobre os meus, num descanso afetivo e sereno, me confessando entrega e o encontro da tua alma com a minha.
A indecisão pelo sim e pelo não. O dilacerar, já quase sem vida, da esperança de dias futuros. Porque me acostumei a pensar em novos dias, sempre com mais alegria, para enfeitar suas noites. 
Porque me acostumei à novidade que é te amar. A constância das surpresas que é dedicar-se a este sentir sem tamanho. 
Pelo sim e pelo não, o tempo acaba. E acaba decidindo por ele mesmo. 




domingo, 10 de novembro de 2013

Relacionar-se.

Relacionar-se nunca foi coisa fácil. Há de respeitar as diferenças. Mais que respeitá-las, entendê-las e se apaixonar por elas.
Para que dure, não basta a reza. Há de se falar com os olhos. De se entender com os gestos. De se estreitar os abraços e suspirar com as distâncias. As distâncias... estas, nunca deverão ser mais do que física. A proximidade está no interesse pelo o outro. Do acordar ao dormir, preocupar-se. Procurar saber se esta bem. E se não estiver, usar a criatividade para arrancar um sorriso. O amor é criativo, eu ouvi de uma freira. Concordei.
Há de ter a leveza dos muitos dias de sol e o peso das tempestades, sempre deverão ser divididos. - Eu te ouço. Eu te entendo. Eu me esforço para compreender. Você é importante para mim. Qualquer coisa que venha de você, deve ser.
Há de se preparar um almoço gostoso e enfeitar o prato. Só para demonstrar no paladar, no gosto, o quanto tem cuidado pelo outro.
É preciso entender que o silêncio, nem sempre é solidão. E que a solidão, às vezes é um tanto necessária para brotar a saudade. A saudade é maravilhosa quando a gente pode matar num abraço repleto de afeto e carinho.
É essencial o gozo. Não só o físico. Mas o saborear das horas, dos minutos que passam lado a lado. Deixar brilhar os olhos com o sorriso do outro. Deixar nascer o tesão em qualquer lugar e correr, se esconder para amar tanto e mais. E mais.
É somar. Dividir. Multiplicar. Misturar a física com a química. Escrever história e fazer literatura. É conhecer a biologia do corpo um do outro. Sem rédeas. Sem pudores. É permitir o pedido do outro. É ceder. É dizer não. É saber dizer o não. É dizer o sim. Saber dizer o sim.
Nunca será fácil. Mas o amor sempre se encarregará de nortear as ações. Porque o amor, em sua essência, é zelo. É cuidado. É o desejar bem ao outro. É o fazer bem pelo outro.
Relacionar-se. Com amor, é escolha e não necessidade. É confiança. É liberdade. É saber que tem ao lado o alguém que te faz melhor. E querer ser melhor só para ver aquele sorriso mais mil vezes. A única morte que separa, é a morte do amor.


sábado, 9 de novembro de 2013

Repensar-se e Pensar Em Si

Repensar-se. Recriar-se. Extrair-se. Lapidar-se. Encontrar este tanto de nós em si, em mim, em "dós" em "sol".
Estranhar-se entre as mágoas daquele vento pálido desconhecido de não segurar-se. De desaprender a força. De ceder às lágrimas.
Se protegeu da ideia do outro. Se criou e se fez sob os átomos da força e da fé e, convenceu sem se convencer. É mesmo uma fortaleza.
Mãos postas e pés juntos em dois segundos e, feito mágica, o esplendor na face: um sorriso. Não há quem duvide. Não precisa de proteção. Não precisa de outra mão. Não precisa além de si. Dona da razão cega, perdida entre os "autos" tão suficientemente enganosos. No peito, a / há súplica. Um grito de socorro. Um pedido silencioso para que segurem suas mãos. Para que guiem seus passos. Para que desacreditem de toda aquela segurança de quem diz que sabe viver.
Aprendeu a renascer, mas, não sabe morrer.
Repensou-se. Pensou em si. Mas, renasceu outra vez sem morrer. É preciso de alguém que a mate ou a faça morrer. Para que no parto, haja partir sem volta para tudo aquilo que sufoca.
Pensar em si. Pensando em mim.

Débora Andrade

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Era ontem.

Já é coisa sem controle do corpo. A alma parece que sai correndo para te abraçar. Só o tempo do corpo caminhar até o aconchego do teu colo.
Nossos corpos se encontram em tom de paz nos primeiros segundos. Depois, um calor, como se fosse verão, une os nossos poros e a gente respira junto, para depois suspirar. A coisa mais deliciosamente estranha que me acontece quando te vejo. Eu me perco e me acho. No mundo, da vida, de nós. 
Era ontem. E nosso abraço tem gosto de amanhã. O dia que sempre espero para perder, outra vez, o controle da alma. Do corpo. De mim.