Me encontro nas esquinas que me despeço de você. Eu aprendi a me perder, exatamente, quando te encontro.
Eu salto sem sair do chão, grito baixo e pra dentro,
alimentando a angústia que existe no fato de ficar à procura de mim mesma. Nestas
buscas sempre encontro mais de você.
Eu deixo você ir sem me ouvir e sem prestar a devida atenção
no que há no nosso abraço. Deixo você ir, tão livre quanto veio, não lamento e
ainda comemoro as tuas asas. São nelas que consigo ver, ainda, um pouco de mim
em ti.
Apenas busco o tempo de me reencontrar e me recompor, sem
demora e sem dor. Aprendi a superar. A me superar. Aprendi a guardar as
lembranças onde elas devem estar. Mas não vou aprender a me esquecer. A te esquecer.
Vez ou outra vai ver um pouco de ti nos meus versos como a
cena de um reencontro da nossa história. É assim que trilho um caminho de
voltas e recomeços meus, seus... nem sempre nossos... E escrevo uma nova
história, um novo ciclo, cada vez mais leve, em paz e livre. E enquanto eu
passo, enquanto passamos... Elevo a prece e espero que um dia, nossas asas voem um
mesmo vôo. É visto do céu este “qualquer
infinito”.
Débora Andrade