Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Tinta

Eu te encontrei pelo caminho mas, estava te esperando.Sempre te esperei. Te desvendei em mim. Nas minhas entranhas eu encontrei teu código. Te senti, não te recriei. 
Te encontrei pronto. Tão imperfeito quanto eu. Do meu tamanho. 
E nos olhamos além dos olhos. Avistamos nossas almas entrelaçando em nós. 
O nosso beijo deixou o resto do mundo em silêncio e sob nossos pés. 
Era um longo caminhar, sabíamos. Mas,parecíamos tão certos de nós. Dos laços. 
Ao final, mais um entre tantos, restou a tinta na música. Um amor que sobrevive "in". De dentro para dentro. Sem exteriorizar em vida. Sem tornar o amor físico e palpável. Com todas as dificuldade que os "nós" sempre apresentaram ao mundo.
Frágil. Asfixiado e engasgado. Em tinta. Em notas musicais. Em poesia. Vivo nas veias. Sem tempo, sem espaço e sem coragem de ser. 



quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Atemporal

Era para amanhã. Naquele nosso lugar por onde mais de mil vezes fizemos do nosso abraço o espaço mais aconchegante do mundo.
Não precisaríamos mais que o pôr do Sol e a música que existe em nós.
Era mesmo amanhã que, então, nossas mãos firmariam os laços que sempre existiram entre nossos corações. O Universo estava pronto para aplaudir o encontro dos nossos lábios numa profecia de beijo eterno. E então, tomaríamos o caminho de volta à nós. Passo a passo, compondo versos até findar a luz do dia, tendo na Lua nossa inspiração para novos amanhãs e outras poesias.
Era mesmo amanhã que nossos olhos, como tantas vezes, se esbarrariam na ternura dos nossos desejos confessando o quão é maravilhoso estarmos juntos. Sempre.
E, mesmo quando eu estivesse um passo a sua frente, eu só precisaria olhar para dentro de mim, aonde sempre me encontro com você.
Era. Amanhã. Mãos. Olhos. Beijos. Abraços. Versos. Poesias. Sol. Música. Sempre. Sol. Girassol. Nós. Inspiração. Amor. Amor outra vez. Amanhã. Outra vez, amanhã.
Era amanhã.



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pelos Cotovelos

...das palavras presas em nós na garganta, o abraço fala pelos cotovelos e o vento sopra o medo para atrás dos montes. Somos tanto quando somos nós. 

As mãos entrelaçadas dispensam o efeito das frases feitas ou de promessas vãs. Nossos corpos sempre falaram por nós. 

Mas, ainda eles... atropelam a vida em poesia e explica, sempre em tom de despedida, a realidade imutável pela covardia. As festas e fogos que o peito proclama perdem razão. 
Nestas linhas de conto de fadas, você escreveu sobre amor e reencontros, findam na reticência desta eterna confusão de medo e indecisão. Um balão vazio que se acostumou ao discurso impotente de "não consigo". 

Recolho minha coragem. Refaço minhas letras. Reintegro das minhas verdades, sem saber quais foram as tuas. Sedenta pelo ponto final que você nunca soube dar.

Débora Andrade

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Voltas

O mundo dá voltas. Isso: o mundo dá voltas em si mesmo. E, por mais que permaneçamos no mesmo lugar, nunca estamos de fato, no mesmo lugar. Sempre estamos entre "lestes e oestes" na nossa poesia diária. Dando voltas em nós. Mudando vez ou outra o olhar. Inevitável, já dizia o rei do pop, Lulu Santos: - tudo muda o tempo todo no mundo...
Nós somos o mundo. O mundo está em nós. Às vezes, na palma das nossas mãos. Outras, voando por entre pensamentos e sonhos. Sem forma, sem peso, em prece, sem som.
Desta esperança, um feixe de luz pela fresta da porta. O mundo muda o lugar do Sol. Por isso há sombras.
Amanhã é só amanhã. E o mundo, então, já terá realizado em si mais uma volta. Eu, uma volta em mim. Terei, então, passado por nós, enquanto éramos laços. Destas idas e vindas por dentro de mim, gosto de rever minhas verdades, ainda que elas fossem só minhas.
Das chances e oportunidades que as voltas vão entre sim e não, mergulhamos no sim. A vida é "bastante". É superlativa, sem data de validade, sem bula, sem contra indicações, sem fórmulas, e serve, com exclusividade,  para uma única coisa: viver! E pode ser que nestas voltas você caia um tanto, levante ainda mais e, no final, salte de um penhasco ao outro sem medo de abismos. Para toda altura, há alguma asa. Para todo tombo, um reerguer. Para todo final, um começo.

Débora Andrade