Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

sábado, 31 de maio de 2014

Sem mais

Me perdi, outra vez, entre as pérolas que não sei se são. Entre palavras que nada mais eram que, palavras. Sem nenhuma verdade. O vento levou, sem tempestades. Bem leve, me deixando o peso do tempo.
Hei de refazer as histórias, sem nós, sem laços. Sem rever o calendário. Sem reler amores em vão. De ostras sem pérolas.
Há de apagar, em breve, todas as estrelas que pintei neste azul marinho, sem lestes e nortes. Todos os outros céus, deixei piscar, reluzente, um pouco da luz que foi. Existiam motivos para restar pó de lua, cheiro de sol.
Mas, existem histórias que saem das nossas mãos e se resumem em sombras. Até as lembranças de luz, doem.
E toda cor, em cinza, fica para trás. Porque o arco íris era só ilusão de ótica.
Outras cores virão.
Aqui jaz uma história que não deveria ser. Sem ostras e sem pérolas.
Sem mais.





sexta-feira, 30 de maio de 2014

A quem vier...

Se vier, chegue para amar os meus defeitos e a minha entrega. Eu não quero mudar este meu jeito de enxergar a vida, sempre bonita, colorida; encontrando as oportunidades de riso nas impossibilidades.
Não aprendi jogos de desamor. Não vou lutar contra minha essência, de se entregar confiante ao que sinto e viver, às cegas e às escuras, tateando o futuro na palma da mão, com as pontas dos dedos.
Não quero me armar de artimanhas e estratégias que minha razão saberia, com astúcia, desenrolar. O amor não pode ser este jogo de prende e solta, de medo, de insegurança ou dependência. Não saberei amar de outra forma, senão esta, embriagada de verdades que até parecem ilusões, de tão doces!
Seguirei meus dias, mesmo que próximo dos últimos, cultivando a intensidade, sem temer os tombos. E se você chegar e aceitar o que sou, saberei me doar, bem como sou e sem medidas, tendo como a felicidade como consequência.
Tenho minhas muitas linhas escritas. Transformei amores em versos, contornando minhas margens. Fiz de gente, rimas.  Mas, pontuei finais.
Recomeçar nunca foi dificuldade para quem sabe morrer e renascer. Conheço e sei usar pontos finais.
Se vier, chegue para ser reticências.

Débora Andrade

domingo, 25 de maio de 2014

Não é Faz de Conta

Abri a janela. Só uma fresta, para a luz do Sol entrar devagar. As músicas estão em volume baixo, o suficiente para chegar à alma. Repeti o ritual do bom dia: - agradeci por tudo que virá,  respirei bem fundo, tirando da cama o pé direito, e suspirei a certeza de que tudo está como deveria estar. Plantei mais uma manhã em mim, regando com alegria e fé todos os frutos que virão. Serão doces.
Num canto do quarto, as malas, sempre prontas. Hoje, pesam mais. Um monte de "quando", de "mas" e de condições que fui amontoando para ir ou ficar. Preciso refazê-las. Retirar os pesos.  Tantas palavras e promessas em vão, servindo de acúmulo e ocupando espaços.  É só soprá-las ao vento. Deixá-las ir, tomando o rumo dos ventos, enfeitando os ares de rimas. Abraçar verdades tornando-as concretas, desfazendo o abstrato. Infeliz de quem não sabe o que é amar e de quem não sabe viver amor. Triste aquele que não experimenta a beleza de ser, de estar. Felizes os que são plenos.
Penso em minha menina. Na condução dos seus passos. A ela, darei à parte mais íntegra de mim. Serei seu exemplo de sonhos bons e darei a certeza de que cada segundo de luta é válido, até quando não há conquista.
A ela darei o exemplo da força, da fé, da alegria e da gratidão à vida. A lembrarei que dias de chuva só existem para nos trazer arco-íris. E que a vida nunca será morna se estivermos dispostos a ferver. Que a alegria é ingrediente de dentro pra fora. E que a gente tempera nossos pratos com nossas mãos. Que a responsabilidade do amanhã é o feito de hoje. E que nada pode ser em vão se houver amor.
Direi a ela que pulei abismos confiando em minhas asas. E que em todos os saltos, eu voei. Mesmo naqueles que caí. E que todo tombo é válido se o coração disser que sim.
Volto a ouvir as mesmas canções. Sem dor e uma pausa para as lembranças. Porque a mala agora tem espaço para novas histórias, novas palavras, novos sonhos. Posso ir ou ficar. Indiferente esta coisa de lugar quando há disponibilidade para se refazer. Para continuar a ser feliz, sem condições. Porque há em mim a minha força, somada à tua, que me faz sentir ainda mais plena e confiante que nossos dias serão os melhores do mundo.
A nossa história não é faz de conta. É "faz acontecer"!

Débora Andrade


terça-feira, 20 de maio de 2014

Sonhando


Entre. Fiz café e bolo pra você. Pouca coisa mudou desde a última vez que esteve aqui. O bolo tá fofinho e o café, do jeito que você gosta. Também tem empadinha! Guardei a sua.
Coloquei aquele cd que você fez com nossa trilha sonora e a casa está florida de flores vivas, cultivadas uma a uma, com muita ternura.
Tem um livro que quero muito que leia. Já o separei e sei que vai te fazer suspirar. A cada linha que o lia, eu pensava nos seus suspiros e quase levei pra você mesmo sem terminar, só pra você sentir um pouco do que eu estava sentindo.
Vamos arriscar aqueles passos que começamos a dançar? Você vai acabar conseguindo. Um pra lá e outro pra cá. Fácil. É só me acompanhar.
Ah! Estive lendo seus textos, como sempre. E sabe o que descobri? Que você é excelente cronista, mas, pode começar a arriscar algumas rimas. Você nasceu crônica e pode florescer poesia. Qualquer coisa que você se arriscar, vai conseguir. Vamos fazer outro dueto? Vamos escrever enquanto tomamos o café, porque depois... a gente sempre sabe o que acontece.
Precisamos pegar a estrada outra vez. Gosto tanto de observar sua concentração e te ouvir cantando, semitonando e desafinando com graciosidade. Me dá vontade de te abraçar bem forte e sorrir pra você. De te abraçar, deixando tua boca encostar no meu ouvido e sentir seu cheiro quase perto da nuca. Colocar minha mão sobre seu peito, enquanto a sua parece tentar me proteger de mim mesma. quando toco seu coração, parece que o leio com a palma da minha mão.
Ouvi uma canção linda hoje. Um arranjo maravilhoso e um solo de tirar o fôlego. A letra é bem triste, mas, é linda, ainda assim. O nome é bem minha cara, você diria: Sonhando. Depois você tenta ouvir.
Estou quase terminando de arrumar os espaços e as bagunças por aqui. Planejar é mais fácil que executar. Sim. Sou eu dizendo isso. Pode rir. Às vezes encontro alguma dificuldade nas coisas. E assumo.
Desculpe o bocejar. Dormi pouco estes últimos dias. Mas não estou cansada, não. Não tem que se preocupar. Acho que sou acordada pelos sonhos, tão ricos em detalhes, que parecem ganhar vida. A minha vida.
Encontrei outras fotografias. Mais antigas que aquelas. Vamos ver amanhã. Porque agora eu preciso acordar.
A cor dar.

domingo, 18 de maio de 2014

Os Otimistas...


O otimista passa pelas tempestades com a certeza de que elas existem só pra trazer mais cor e sentido à vida. Carrega um bocado de cicatrizes pelo corpo, todas escondidas, discretamente, porque na queda de braço com as dificuldades, sempre quer mostrar mais força do que realmente tem. 
Os otimistas acreditam no amor. Sempre acham que as pedras que encontram pelo caminho é para construir um castelo no final. Insistem nas frases feitas de amor, acreditam nas flores, nas cartas, nos gestos. Dá chance para a paciência, aprendem com a espera e nunca passam ilesos. 
Por incoerência total do destino, sempre se metem em histórias difíceis e mesmo com mil tombos pelo caminho, persistem na estrada, encarando de peito aberto a todo e qualquer obstáculo. Bancam a pose de durões e sem reclamações, colocam um sorriso no rosto mesmo quando a vontade é chorar, desesperadamente. 
É... não saio ilesa. Carrego no peito uma dor astronômica de quem acreditou e não hesitou em acreditar. Porque a gente insiste em acreditar em amor. Passa a ver as coincidências da vida como sinais e transforma aquela teia, o emaranhado de sentidos e sentimentos, em rede para cercar e cuidar do amor. Acredita em dias mais bonitos... lê e relê a história escrita a quatro mãos e questiona o desfecho sem paz, sem dois, sem mais. Não se vive tudo isso sozinha. Foi partilha. E, deu flor. 
Mas para quem acredita em renascimento, sabe que amanhã é só mais um dia para viver. Para ser. Para transformar sonhos em realidade. E todas as cicatrizes, agora escancaradas, contam uma história que se foi. Não corta pela raiz, porque já deu flor. Mas sabe dar adeus.
Vem vindo alguém que receberá todo este amor que me dará tempo para ser amada. 
E a vida segue. A dor logo vai. E otimista que sempre fui,  sigo inventando novas cores. 







terça-feira, 13 de maio de 2014

E vira...

Rodava o mundo e ela rodopiava, em compasso com a vida, entre os papéis e as flores. Em meio sonhos e afetos, férteis. Sementes a semear, e "se amar" entre verdades pela metade. 
Era um mundo inteiro ali dentro. Era ela, feita de pedaços. Entre encontros e despedidas.  Perdida na certeza arrogante de frases feitas, se encontrando no milagre da vida, fruto do ventre, pulsando a força que a conduz. 
Rodopiava o mundo e ali, bem dela, rodavam os sonhos feito filme no teto, tão céu, tão seu. Resumindo o abundante sentir, capaz de girar o relógio, desfazendo o tempo, refazendo o vento, fabricando o alento que planta as palavras e escreve as flores, inventando novo amanhã. 
Era só mais uma roda, neste gira feito gigante, a embalar, feito presente, um futuro bordado de ternos abraços e reluzentes sorrisos. 
Ainda gira o mundo. E ela, ainda se vira.

Débora Andrade