Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

domingo, 31 de março de 2013

Ai, ao amanhã.


Tem pessoas que têm a coragem de quem não tem nada a perder. A valentia de quem já visitou abismos e ganhou pares de asas, voando elegante para os braços da liberdade de ser quem é.
Ah, como é simples ser ousado quando não se tem a vida em jogo e o coração em crise!
É simples se embebedar do hoje quando o amanhã ainda é só mais um dia que não nasceu. É simples desejar à festa, os fogos, as flores, os sonhos quando é tudo impressão, sem chances de um futuro presente.

Amanhã, depois, tão logo, setembro. E um coração espedaçado de primavera. Porque a música era nossa. Os beijos, também. E o brilho nos olhos de ontem, tão vivos nos olhares de quem agora, só sente saudade.

E eu detestei o futuro, só por agora. Só porque ainda não encontrei o jeito de apagar este presente, tão latente e tão vivo no coração que sonha todos os dias com amanhãs mais coloridos e solares.
“Eu vou para longe. Desaparecer da sua atmosfera...”  Mas... Só amanhã.

Débora Andrade

terça-feira, 26 de março de 2013

Quem vê?


Quem poderá nos ver, de fato, da forma que gostaríamos? Quais os olhos poderiam, de fato, enxergar em nós tudo que somos e que desejamos que seja visto? E, na verdade, quem somos nós? Senão aquilo que desejamos ser, misturados ao que os outros pensam que somos e ao que, somos diariamente?
Nós somos uma grande confusão. O ser humano é um caos em transformação. Buscando o progresso através das inúmeras guerras internas. E, alguns, recebem o dom da luta e vivem dos riscos constantes, em busca de um amanhã sempre melhor que o hoje.
Eu vivo de riscos. Eu vivo de buscar o amanhã, de buscar um amor ainda maior. Vivo das cores do dia, misturados aos raios solares. Mas, também vivo da chuva, das tempestades e faço poemas inesperados. Eu gosto das pedras, das flores, das estradas, das dificuldades, das superações. Eu pulo em abismos e me viro se não encontrar minhas asas. Aprendi a ser sozinha, de tanto querer não ser.  Eu vivo à espera... à espera de amor, de carinho, de alguém que me tire do chão ou que me devolva ao ninho. Que assimile meus extremos e me conceda a graça de respirar aliviada o encontro que nunca chegou. Mas, quem me vê? 
E você... Você é a paz que eu busco dentro de mim e nunca encontro. Você é um monte de certezas que pensei que tinha, e nunca tive. Você é chegada, enquanto sou partida. Você é uma luz clara, leve e serena. É um céu claro, mesmo sem estrelas. Você é asa que sabe por onde voar. E quem te vê?
Construímos um pequeno castelo. E só a gente vê. 
"A nossa história é faz de conta ou é faz acontecer?"


domingo, 24 de março de 2013

Aconteceu


Tempos de paz. Era que eu vivia. O mesmo trem ali, parado na estação, sem idas e vindas. Sem barulho e sem a confusão dos passageiros.  

E esta mania de querer sempre mais... Então, eu quis palavras mais doces, olhos mais mansos, mais brilho no sorriso. Queria frases de efeito, poemas sinceros, amor nos versos, paixão nas rimas e um pouco de desassossego.  Desacostumei com a brandura de um coração sem tons. Inevitavelmente, ele sempre estará sedento por música e poesia. E esta junção, tanto é, quase amor.

Não busquei. Aconteceu. E quando menos esperava, estavam nascendo flores entre as minhas letras. Não eram meus girassóis. Eram flores medrosas, entre rameiras tipo “maria sem vergonha” e eu pensei em não cultivar. Certo de que morreriam tão breve. Mas elas foram me fazendo cócegas. E insistiam nos meus risos. Era coisa sua. Gosta dos meus risos e das minhas incertezas.

Não busquei. Aconteceu. Já tinha nome. Já tinha jeito. Já constava, já ficava e brotava novos sonhos. Era o barulho, o desassossego, as cores, a loucura que eu esperava. Talvez fosse, então a mistura da música e poesia. Só que não. Faltava fé entre os nós. E na minha garganta, presas estão as frases de futuro.

Aconteceu. E o trem na estação partiu pra guerra. Constituída uma batalha dentro de mim.  Mas o trem vai voltar.


sábado, 23 de março de 2013

Nosso

Eu me permiti ser mais tua do que minha. E, sim. Deu vontade de ser outra vez. Outras vezes. Muitas.
Guardei as regras . Fiz um monte delas para mim mesma. A intenção era manter certa distância. Era pra ser tudo superficial. Mas, nos misturamos. O que era tão meu e tão seu, subitamente, se transformou em nosso. Nosso beijo, nosso abraço, nosso jeito, nosso olhar, nosso...
Sim. A primeira pessoa no plural também não estava nos planos. E então o dia nasceu mais azul. As estradas estavam mais coloridas e o tempo parecia correr em nossa direção, como se até o tempo quisesse estar entre nós, só para ser mais nosso, também.
Fomos escrevendo lembranças, uma a uma. E em tão pouco tempo, menos que vinte quatro horas, a falta delas já me vêm.  Eu gravei teu sorriso no meu. Pintei o teu gosto na minha boca. Eu te escrevi em mim e nem te pedi perdão.
Entre os abraços, as carícias e a imensa vontade de que tudo fosse puramente carnal, o vinho e os olhos nos entregavam de bandeja um para o outro. Não era pra ser, mas era. Sim, tinha mais coisa ali. E, estranhamente, também era nosso.
Tanta coisa nossa e, então, nos fechamos como ostras. Guardamos pérolas. Porque, então, lembramos que amanhã... O amanhã não era nosso. Era de cada um. E voltaríamos a conjugar um verbo com a pessoa no singular.
Com gosto de uva na boca e um cheiro de ontem, me refiz, guardei as letras. Sou minha, outra vez.

Débora Andrade

“Eu só quero saber em qual rua a minha vida vai encostar na tua”

quarta-feira, 20 de março de 2013

O Plano


Das mãos às pernas, dentes e bocas. Na pele, teu cheiro. E na cabeça, o amanhã que não chega agora.
A vida acontecendo entre lua e estrelas,  distante de um mundo infartado e farto de nós, sisudos e apáticos. Nos entendemos à nossa forma e sorrimos com os olhos, bem no tom do nosso brilho.
Combinamos um depois descomprometido com a chatice das regras e vamos levando passos leves, compassados de paz e passados cheios de nós.
 Não temos compromisso com o tempo: nem passado e nem futuro. Somos presentes. E cada dia mais presente.
O plano é a gente se fazer bem. 
Débora Andrade

segunda-feira, 18 de março de 2013

Não se Apaixone. Tome Anfetamina!

Anfetamina me causava das maiores sensações estranhas. Eu perdia a fome, eu queria dançar, eu sorria até doer as bochechas e eu não me cansava nunca. Ah! Também tinha muita sede e a boca chegava a secar.

Estar apaixonada não é muito diferente. Muitas sensações diferentes. Você perde a fome, você ri atoa, não tem cansaço, quer dançar, pular, beijar e tem muita sede.

Com anfetamina você perde um pouco do foco. Quer fazer mil coisas ao mesmo tempo e não se concentra pensando no depois. A paixão? Não é nada diferente.

Já emagreci alguns muitos quilos na vida tomando anfetamina. Ganhei todos eles de volta. Os naturalistas de plantão vão querer me matar, mas... eu gostava da anfetamina e achei uma lástima a proibição da sua venda. E não era só porque emagrecia...

Mas, quem mesmo pode impedir o consumo de uma paixão? Os efeitos são, exatamente, os mesmos. Só as consequências que podem ser ainda piores.

Não pensar no amanhã, para alguns, é o mesmo que não viver o hoje.

Débora Andrade


terça-feira, 12 de março de 2013

Eu Sou Minha!


Segunda-feira e beijo na testa.
Evitamos as mãos. Os segredos talvez estejam mais nelas do que no olhar.
Minha mãe acha que meus olhos andam brilhando mais. Uma amiga, acha que me lê e insistiu afirmando que estou apaixonada.  

Eu finjo bem pra mim. Engano-me a ponto de me convencer. Boa com argumentações e filosofias vãs.
Meu mundo tem espaço para o teu. E até se encaixa no meu ponto de partida. Eu vivo para recomeçar.

Mais um poema. Mais uma prosa. Mais um abraço. Mais um beijo. E mais “nós” no nosso espaço. E meu tempo, tão corrido, pingo café no teu jornal. Tenho acordado mais cedo pra te acompanhar nesta distância.

Entre as minhas certezas, mais uma: que a dúvida é doce com o sal do teu suor. É uma química um tanto quanto física.

Segunda-feira e eu já dormi mais tarde. Amanhã parece Domingo. E domingo eu sou toda minha outra vez. 


"Eu sei muito pouco. Mas, tenho ao meu favor, tudo o que não sei"



sábado, 9 de março de 2013

An? Como? Aconteceu?


Um instante de paz. Os raios pareciam encomendados, como se estivessem ali para compor um cenário pra nós dois.  Eram efeitos especiais de um filme bom. A trilha sonora também parecia selecionada a dedo. 
Tudo parecia ter certo cuidado para acontecer. Como se fosse, quem sabe, compor uma história feliz.

Tinha a sensação que precisava de mais braços. Quatro não seriam suficientes para abraçar um mundo que estávamos criando ali. Como abraçar a paz, o bem querer, os desejos, a tranquilidade, a doçura e a magia, tudo naquele mesmo momento?

Eu te olhei por quase um minuto. Me vi no seu olhar, tão iluminada. Como se teu sorriso refletisse em mim tamanha luz. Eu bem pensei sair dali correndo. Fugir de você, de mim, do que estava acontecendo. Mas eu congelei. Do frio da barriga até a espinha dorsal. Então eu me acheguei. E eu coube tão bem no seu abraço que não resisti e quis ficar. Ainda quero.

Porém, nas minhas certezas, ainda tão bem consolidadas, o amanhã não é nosso.  Mas estou seguindo um conselho. Sim, o seu, acredita? Estou vivendo a vida mais leve. *.*

Débora Andrade

terça-feira, 5 de março de 2013

Não era eu

"Ceguei os olhares. Cerrei a boca. Cruzei os braços. Travei os passos. 
Não me vi passando por aquele caminho. Não te falei palavras de amor. Não beijei tua face. Não te abracei. Estática e imóvel. Não era eu. E ceguei meus olhares interiores. Não queria me ver. Me envergonhava tamanha covardia. "

D.A.

domingo, 3 de março de 2013

Entre as Serras, Amar


Entre as Serras, Amar
Semeado nomes de teus filhos,
És grata e em vão, acolhe os verdes em motins.
Serras que lhe dão teu nome,
Entre as “três pontas” um rio que socorre um fim.
Brota nas manhãs o cheiro do café.
Entre as noites, violões te retratam em som.
Nascimento e um Milton, com mil tons de vozes, espalhados entre as diferentes cores, classes e amores.
Eu quis voltar. Eu quis ficar. Eu quis te ter em mim, entre tantos outros mortais.
Tão pouco me quis, tão pouco me diz e insisto.
De longe, tenho um mar em mim. Mas, entre as serras, eu tenho AMAR.


sábado, 2 de março de 2013

Aceitando o Adeus


Te vi subindo a rua e... Você estava lindo, vestindo aquela camisa que um dia reclamei que nunca havia usado ao meu lado. Você, seu silêncio, sua solidão, seus passos largos e eu tentei me ver nos teus pensamentos.  Eu te olhei por cinco segundos, e teus olhos baixos, mesmo á distância, me confessaram que eu não vivo mais por aí, dentro de você.
Eu desci, enquanto você subia. Caminhos opostos e fomos nos distanciando, rapidamente. Me deixei olhar pelo retrovisor e confirmei... Meu mundo é mesmo da cor da tua blusa. Cor de rosa. E continuei a apreciar teu caminhar, distanciando-se do meu e deixando que em mim, restasse este suspiro de adeus. 

"... amores terminam no escuro, sozinhos..."


sexta-feira, 1 de março de 2013

Os "nós", as fases e as faces.

Eu posei meu sorriso na janela e esperei as fases da lua, enquanto fabricava as faces do tempo.
Eu tento evitar os "nós" e sigo embalada entre os sons dos passos sós. Não dói e eu me mostro, revelando os dentes.
Um a um, vou pensando em ficar. Resumindo a história entre idas e vindas, entre partidas e chegadas, fabricando lembranças. Eu preciso ficar. Eu quero ficar.
Eu posei meu sorriso na janela dos teus olhos e esperei tuas faces, entre tuas fases de lua. Ainda evito os "nós". Mas é em vão.


Débora Andrade