Tem pessoas que têm a coragem de quem não tem nada a perder.
A valentia de quem já visitou abismos e ganhou pares de asas, voando elegante
para os braços da liberdade de ser quem é.
Ah, como é simples ser ousado quando não se tem a vida em
jogo e o coração em crise!
É simples se embebedar do hoje quando o amanhã ainda é só
mais um dia que não nasceu. É simples desejar à festa, os fogos, as flores, os
sonhos quando é tudo impressão, sem chances de um futuro presente.
Amanhã, depois, tão logo, setembro. E um coração espedaçado de primavera. Porque a música era nossa. Os beijos, também. E o brilho nos olhos de ontem, tão vivos nos olhares de quem agora, só sente saudade.
Amanhã, depois, tão logo, setembro. E um coração espedaçado de primavera. Porque a música era nossa. Os beijos, também. E o brilho nos olhos de ontem, tão vivos nos olhares de quem agora, só sente saudade.
E eu detestei o futuro, só por agora. Só porque ainda não encontrei o jeito de apagar este presente, tão latente e tão vivo no coração que sonha todos os dias com amanhãs mais coloridos e solares.
“Eu vou para longe. Desaparecer da sua atmosfera...” Mas... Só amanhã.
Débora Andrade