Cor, Alegria e Amor

Que a sua vida tenha cor, alegria e amor.

Entre, "sinta-se" e descubra quanta cor há em você!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Dialética

Esgotaram em mim todas as perguntas. Só tenho respostas. Minhas. Bem minhas. Mesmo que no momento me invada uma imensurável vontade de dividir e somar.
Existem perguntas que somem com o passar das respostas. Perde o tom da indagação tornando-se afirmações. É a prática do tempo. E o tempo... O tempo só sabe passar. Mesmo que eu peça ou implore, ou ainda que eu ore aos céus, o tempo só sabe passar.
E os nós atados não dissolvem as afirmações contidas na garganta. Tenho um nó na garganta e um laço no peito. Presa às afirmações que o tempo me dá e as rugas começam a me nortear. Amanhã ainda é amanhã. E lá, tão longe, não se realiza nada. Hoje. Este dia sim foi feito para isso. Para realizações. No amanhã moram os sonhos e no hoje, os planos em ação.
Tenho no meu peito um nó. Um laço em fita na boca, como quem a embrulha de presente ao beijo. É teu. Assim como o nó. 
As palavras passam com as horas. As perguntas se tornam afirmações. Perdemos as respostas. Porque o nó é falta. Falta de nós. 
Só tenho respostas. Sim, é uma delas. Mas, o tempo passa. Eu posso esperar. O tempo não. 
Segundo Platão, dialética é a arte das perguntas e respostas. 
E eu só tenho um nó

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Minha Flor

Mais um setembro, entre as gotas de chuva e os pingos nos "is". Um ano que se passa trazendo outros tantos. Entre as nuvens, o Sol, quase tímido, me traz novas notas. A música me faz nascer como sua clave.
Expectativas acolhidas no corpo. Cada poro tem um tanto de esperança. Ainda há tempo. Sempre tem para o que há.
Entre os braços, novos tempos. O mesmo clichê delicioso bordando minha quase rotina de renascer.
Histórias. De todas as flores, a mais bonita brotou do meu ventre, permeando minha alma floreando um jardim. Ela floresce no meu colo. Me desperta sorrisos. Semente de mim.
Mais um ano. Novos tempos. Sonhos. Sempre terão. E a primavera que vivi, hoje está em mim.

Débora Andrade

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Tinta

Eu te encontrei pelo caminho mas, estava te esperando.Sempre te esperei. Te desvendei em mim. Nas minhas entranhas eu encontrei teu código. Te senti, não te recriei. 
Te encontrei pronto. Tão imperfeito quanto eu. Do meu tamanho. 
E nos olhamos além dos olhos. Avistamos nossas almas entrelaçando em nós. 
O nosso beijo deixou o resto do mundo em silêncio e sob nossos pés. 
Era um longo caminhar, sabíamos. Mas,parecíamos tão certos de nós. Dos laços. 
Ao final, mais um entre tantos, restou a tinta na música. Um amor que sobrevive "in". De dentro para dentro. Sem exteriorizar em vida. Sem tornar o amor físico e palpável. Com todas as dificuldade que os "nós" sempre apresentaram ao mundo.
Frágil. Asfixiado e engasgado. Em tinta. Em notas musicais. Em poesia. Vivo nas veias. Sem tempo, sem espaço e sem coragem de ser. 



quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Atemporal

Era para amanhã. Naquele nosso lugar por onde mais de mil vezes fizemos do nosso abraço o espaço mais aconchegante do mundo.
Não precisaríamos mais que o pôr do Sol e a música que existe em nós.
Era mesmo amanhã que, então, nossas mãos firmariam os laços que sempre existiram entre nossos corações. O Universo estava pronto para aplaudir o encontro dos nossos lábios numa profecia de beijo eterno. E então, tomaríamos o caminho de volta à nós. Passo a passo, compondo versos até findar a luz do dia, tendo na Lua nossa inspiração para novos amanhãs e outras poesias.
Era mesmo amanhã que nossos olhos, como tantas vezes, se esbarrariam na ternura dos nossos desejos confessando o quão é maravilhoso estarmos juntos. Sempre.
E, mesmo quando eu estivesse um passo a sua frente, eu só precisaria olhar para dentro de mim, aonde sempre me encontro com você.
Era. Amanhã. Mãos. Olhos. Beijos. Abraços. Versos. Poesias. Sol. Música. Sempre. Sol. Girassol. Nós. Inspiração. Amor. Amor outra vez. Amanhã. Outra vez, amanhã.
Era amanhã.



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pelos Cotovelos

...das palavras presas em nós na garganta, o abraço fala pelos cotovelos e o vento sopra o medo para atrás dos montes. Somos tanto quando somos nós. 

As mãos entrelaçadas dispensam o efeito das frases feitas ou de promessas vãs. Nossos corpos sempre falaram por nós. 

Mas, ainda eles... atropelam a vida em poesia e explica, sempre em tom de despedida, a realidade imutável pela covardia. As festas e fogos que o peito proclama perdem razão. 
Nestas linhas de conto de fadas, você escreveu sobre amor e reencontros, findam na reticência desta eterna confusão de medo e indecisão. Um balão vazio que se acostumou ao discurso impotente de "não consigo". 

Recolho minha coragem. Refaço minhas letras. Reintegro das minhas verdades, sem saber quais foram as tuas. Sedenta pelo ponto final que você nunca soube dar.

Débora Andrade

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Voltas

O mundo dá voltas. Isso: o mundo dá voltas em si mesmo. E, por mais que permaneçamos no mesmo lugar, nunca estamos de fato, no mesmo lugar. Sempre estamos entre "lestes e oestes" na nossa poesia diária. Dando voltas em nós. Mudando vez ou outra o olhar. Inevitável, já dizia o rei do pop, Lulu Santos: - tudo muda o tempo todo no mundo...
Nós somos o mundo. O mundo está em nós. Às vezes, na palma das nossas mãos. Outras, voando por entre pensamentos e sonhos. Sem forma, sem peso, em prece, sem som.
Desta esperança, um feixe de luz pela fresta da porta. O mundo muda o lugar do Sol. Por isso há sombras.
Amanhã é só amanhã. E o mundo, então, já terá realizado em si mais uma volta. Eu, uma volta em mim. Terei, então, passado por nós, enquanto éramos laços. Destas idas e vindas por dentro de mim, gosto de rever minhas verdades, ainda que elas fossem só minhas.
Das chances e oportunidades que as voltas vão entre sim e não, mergulhamos no sim. A vida é "bastante". É superlativa, sem data de validade, sem bula, sem contra indicações, sem fórmulas, e serve, com exclusividade,  para uma única coisa: viver! E pode ser que nestas voltas você caia um tanto, levante ainda mais e, no final, salte de um penhasco ao outro sem medo de abismos. Para toda altura, há alguma asa. Para todo tombo, um reerguer. Para todo final, um começo.

Débora Andrade




quarta-feira, 22 de julho de 2015

Tudo bem, tudo bem.

Tudo bem se a gente se perder pelo caminho. Tudo bem se a próxima esquina não curve para o meu lugar. Ainda é só continuidade. Tudo bem... A gente se perde. Se desencontra. Às vezes, anda em descompasso com o tempo. O que não está tudo bem é a gente se perder da gente. Estar com a perna a frente do passo. Ir em frente é, também, olhar pra traz, mas, não se ver no ontem. A vida é hoje.  

Os caminhos somam a nossa história. Somam à nós. Nos constituem. Somos o que vivemos. E somos nós. Aquilo que não deixamos perder. 

Tudo bem se não der certo. Tudo bem se cair e se machucar. O que não está tudo bem é acreditar que as estradas estão para os tombos como os pássaros para os céus. Porque as quedas são acasos e não fracassos.  E a gente se resolve levantando. 

Tudo bem se a gente não entender. Tudo bem se não aceitar. Tudo bem. A gente nunca entende tudo de uma vez só e no agora. 
Mas, siga. tudo bem? Ainda é só continuidade. 






segunda-feira, 20 de julho de 2015

Em mim

Descentralizo as preces. Paz. Foi o último pedido. Está em mim. Em meio a barulhos, entre tempestades e furacões. O milagre da serenidade só é possível do lado de dentro. Não se encontra este caminho olhando pra fora.

Vasculho meus pensamentos e há vestígios de "ontens" cheios de amanhãs. Meus céus ainda rascunham nuvens de algodão doce. O amor adoça o mundo e seus arredores. Não há erro que não compense à entrega deste açúcar. Me adoço. Adoço-te em mim.

Indefinida vida, pouco vivida. Indefinida vida, tão sentida. Das preces, a paz. Em mim. Como último pedido, fecho os olhos para me ver. Aqui, do lado de dentro tem mais um pouco de mim. Devasto imensidões. Só quero o espaço de ser. Ser é poesia. É ventar em direção à vida que escolhi viver.
Em mim, deixo a paz nascer sagrada.




sexta-feira, 17 de julho de 2015

Vontade de Voar

Ainda há um certo equilíbrio e resta uma vontade de abraçar o mundo. Parece que eu me vi outra vez. E eu estava sorrindo, sem motivos, em paz. Acreditando. Sonhando. Dando peso ao que se deve dar.

Não. Não vou dizer que tudo passou, que eu esqueci, que eu mereço mais, que eu sou uma burra por ter acreditado e que superei. Que acordei e, pronto, magicamente tudo tinha mudado e já não me recordava mais teu nome. Ainda luto contra mim. Contra o sentir dilacerado que rasga meu peito. Deste tanto que inunda meu ser de lembranças tão vivas e questionamentos sem respostas. 

Eu me vi, sim. E te vi, também. Ainda no mesmo tamanho. Grandioso. Dono de proporções que não fez por merecer. Nos vi, lado a lado, numa disputa desleal: - A coragem nunca poderá ser parâmetro que nos meça. Deste ângulo, sempre serei maior. 

Dos pontos e vírgulas, não me cabem finais. Sou um constante recomeço de mim. Não tenho tempo para chorar minha morte. Celebro meu renascimento diário. Eu vivo o Sol. Sou manhã. Tenho sonhos no peito. 

Me reconstituo das tuas faltas. Me refaço das tuas falhas. Vou me curando desta miopia amorosa que me fez te ver tão mais forte de perto. Mas, eram só palavras. Desintegradas do teu corpo. Em sintonia com meus sonhos. Em paralisia nas tuas mãos. 

Das vírgulas e pontos e uma persistente reticência, eu me inundo de mim outra vez. Preenchendo teus espaços. Aqueles raros que eram tão somente teus. Me despeço de um futuro vindouro onde existiam flores, cores e abraços brotando nos jardins. Já me despedi do mesmo outra vez. Sobrevivi das faltas. E das tantas certezas que me restam sobre você, escolho uma única a dedo: tuas asas não alçam vôos. Tem medo de altura. 

Eu? - Sempre voei alto. E continuo.


Débora Andrade

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Sobre o Amor

Das dificuldades que existem na vida, definitivamente, o amor não está entre elas. Amor não é dificuldade, é facilitação.
É como a luz no caminho escuro, como a sombra fresca nos dias quentes de sol ou, como o abraço quentinho nos dias de frio. 
Amor não te pesa as costas, não te sobrecarrega e nem te sufoca. O amor é leve. Macio como um beijo apaixonado. 
O amor não é morno. É latente. Corrente. Impulsiona ao vôo. Amortece a queda. Dá força nas pernas para levantar. 
Amor não é um mistério profundo. Ele é escancarado. Te faz brilhar os olhos. Te faz iluminar a face. Te faz brilhar. O amor te evidencia na multidão. Te faz sentir especial. 
Não há proibição. Porque o amor te conduz à liberdade de ser você. De se assumir. 
O amor não é mentira. O amor é só amor. O que já é o bastante. O que já é extraordinário. O que é amor.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Nova Edição

Uma nova edição de amor. Uma nova publicação, com começo, meio e fim, infinito... Com cor, alegria e amor. Bem deste meu jeito bobo de enxergar e viver a vida. Era isso que eu imaginei bordar nas novas páginas da minha vida. Mesmo com toda ela insistindo nas idas e vindas de um mesmo enredo confuso, deixando o amor escorrer pelas mãos enquanto pensa e cria novas dificuldades para o desfecho. 

Tem um vazio aqui. O mesmo de outro dia. A falta de sempre. Outrora preenchida de esperanças e cálculos matemáticos do destino comprovando que nós somos dois e um nó. 

Tem um céu nos meus olhos quando te vejo no meu futuro. Mas, o futuro, logo ali, ainda não é. E não o faço sozinha se for para nós. Só para mim.

Da absoluta e donas de certezas, minhas decisões sempre beiram um desafio. E teimosa que sou, não aceito mais que cinco minutos de lástimas por aqui. 

Uma, duas, talvez mil vidas inteiras o tirem daqui. Apague as brutas coincidências e reduza a tamanha afinidade. Aos poucos, dando passos a frente, ponto a ponto, letra a letra, o objetivo é escrever este final com a obrigação de ser feliz. Já aprendi a guardar lembranças na decisão de pontuar finais. 



sexta-feira, 20 de março de 2015

Por Hoje

Amanheço nublada. Há neblina pela janela. Uma fresta de luz do sol e respiro.  Inspiro os sonhos e me encho de vida. Ainda como “Alice, no País das Maravilhas”, parece que não caibo no aperto do quarto. Estico os braços e pernas em busca de mim mesma. Quero um mundo em mim e para fora das quatro paredes, sempre em festa.

Da vida eu quero o dobro. Das emoções eu quero o latente, o vivo, a brasa, o extremo. Sempre bem distante do morno. Quero o tanto que a vida oferece diariamente. Não economizo o sentir. Não guardo as palavras. Não faço poupança de sentimentos porque os juros não compensam a falta de ser. 

Tempero a vida com salpicos de bom humor e para apimentar, amor. Não há receita para a felicidade. Por isso uso da intuição. Bebo da vida em goles largos, sem engasgos. E amo a tudo que posso, bem como devo ou mais. Porque não me permito à metades que nunca fui.  Ser inteiro.
Anoiteço. E antes de dormir, eu sonho. 


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

É...

É...
Na tentativa de me organizar, criei em mim compartimentos com a finalidade de separar as coisas. Como quem arruma livros numa prateleira, se organizar de forma com que, ao me procurar, eu me encontre, sem te encontrar.
Mudei, quase muda, para o definitivo de mim. Cortei minhas raízes reticentes, ponto a ponto, me punindo das lembranças.
É... É mesmo tudo aquilo que parecia ser. Rasgando o peito, queimando as veias uma saudade sem dono. É... tudo aquilo mesmo. De ter o céu mais perto da gente, de sentir uma euforia dos pés a cabeça toda vez que sente o tom da voz ou num simples toque.
É... um hiato numa história que parecia sem fim. E um filme reprisado no fechar dos olhos que reverbera na parede do estômago, meio com medo de voar feito borboleta. É... uma dor profunda, sem horizonte, sem amanhã, com interrogações e afirmações sem peso. É um tanto de coisa que poderia ser e não foi e a latente, recorrente e perigosa expectativa do que pode vir a ser.
É... tudo aquilo que parecia verdade e, talvez seja. Misturado num medo de superar as frases e as letras que se foram, pela dúvida da próxima crônica. Numa constante ligação, mesmo por hífen, só porque é bom sentir certa proximidade, mesmo que seja o nó.
É... um tempo a desvendar os porquês. Um porquê meio bobo, tipo o que tenho todas as vezes que passo bom tempo falando sobre coisa qualquer e ouvindo sobre coisa nenhuma e isso ser tão bom e parecer tão importante. Um porquê quase místico sobre estes dos sonhos que insistem na imagem que já deveria ter passado, ser passado.

Me organizei, na tentativa de criar finalidades e ainda guardo lembranças na expectativa de pontuar um fim.