Eu me esqueci. Me perdi. Me encontrei numa esquina meio
distante de casa. E chovia, enquanto eu olhava para trás.
Eu não via muito bem. Não me via. Não te via. Não tínhamos
sombra nenhuma. Chovia. - Sim, eu já disse que chovia.
E neste som costumeiro de resgatar a vida em passados
esmiuçados entre amores e dores, eu revivo, mesmo sem ver. Mesmo sem te ver. E
tentando me olhar.
Porque, quem sabe uma dia, de tanto me esquecer, eu escreva
algo novo e me esqueço de olhar pra trás.
Débora Andrade
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