Não é sentença de morte. É sentença de vida.
Não é uma cor e nem gelo. É um arco íris inteiro colorindo um céu inabitado, inatingível e sonhado.
Não guarde a fala. Solte pérolas, uma a uma.
E desengasgue o que te trancafiou por tempos, bem no meio da garganta. Como se tudo que você pudesse ser estivesse ali, guardado nas gavetas arrumadas, nos planos bem traçados e nos horários programados.
Não resuma histórias. Não sintetize poemas. O que é humano não se resume.
A palavra nos aproxima. É uma estrada estreita que nos une numa trombada na esquina.
Não é erro, nem sorte.
É o desconhecido que te reconhece. É um frio estranho que aquece.
É o gosto de vinho e abraço surpresa.
É a madrugada, manhã a dentro, te olhando dormir enquanto padeço do teu nome, dos teus versos, dos meus ventos.
Meu norte renasce sol e sonha lua quando o inesperado de ter em mim consolida o que não se toca. Porque é tocado.
Um coração sem dono reconhece quando a solidão vai embora.
Débora Andrade
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