Entre o desespero, a ânsia e os tantos desejos, eu respirava fundo pensando nos nossos abraços e sentia a brandura de um dia a mais.
Eu me doava inteira e ele me devolvia. E todas as vezes, eu me sentia mais inteira, porque tinha ali muito de mim e muito dele.
Eu gostava de me reconhecer naquele beijo. Eu gostava de me ver naquele olhar. Tudo parecia ter uma beleza ímpar, daqueles que parece que não vai acabar.
Ele encheu os meus braços de amor, e eu carreguei leve e suave, sem pesos, uma história de sol, arco-íris, nuvens brancas, frio, chuva e muito calor. Éramos bons juntos. Talvez, fôssemos bons por mais tempo que uma vida. Quando nos dávamos as mãos, perdíamos o medo. E abríamos o peito para enfrentar o escuro. Tudo era claro quando nos beijávamos.
Hoje, se instala a falta. Enquanto reorganizo por aqui as palavras e os gestos de amor.
Aprendi a respirar o ar com sabor de calma. Eu sou um pouco dele, mesmo em sua falta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário