Atropelamos as nossas palavras. Nas entrelinhas dos nossos olhos, falamos tudo e não assumimos nada.
Fugimos do futuro. E vamos nos entrelaçando neste presente que nos cria uma louca necessidade dos nossos abraços.
Guardamos o gosto do beijo e repetimos para não esquecer detalhes. Tudo entre nós tem gosto de sempre e de mais. Nos entregamos e nos devolvemos. Mas ao instante seguinte, um colo vazio a espera do teu sono e da tua paz.
Somos imunes ao tempo no vento que nos leva sós.
Mas, nos damos por conta da covardia que, tão logo, se transforma nos abraços intensos e sufocam nossos medos. Omitimos, sem voz, confidenciando nos sussurros entre um beijo e outro, o ansioso querer de ter um ao outro, lado a lado.
Não sei... Sei lá... Sei não... E estas frases vão calando nossa coragem de dizer que sim ou que não.
E cansados, omissos, sem sono... vamos aguardando que tudo se torne lembrança. E que não reste dor. Já que não tivemos a coragem de assumir este amor.
E entre nós... tantos outros nós.
Débora Andrade
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