Eu entrei porta adentro e ela já me olhou, sabendo tudo de
mim. Eu movimento os olhos e ela sabe, exatamente, o que tenho.
Passei pela sala dando um beijo e um abraço rápido, só para
não deixa-la sem nada de mim. Peguei um café e me sentei ao computador. A porta,
entreaberta, sempre foi local de espionagem discreta. Ela fica de olho, dali do
quarto ao lado. Ouvindo minhas canções e inspirações.
Um dia, quando a questionei sobre me deixar sozinha, ela
respondeu: - Eu conheço minhas filhas. E sei que, entre elas, você sempre foi a
que se vira sem mim. Eu quero que você precise de mim, mas, você não precisa.
Mas, ela sabe de todas as vezes que eu corri para o colo
dela, com um sorriso no rosto, dando todos os beijos e abraços, tendo o coração
despedaçado. Só que ela confia mais em mim que eu mesma. E por isso nunca
deixou que eu colocasse em dúvida a minha força e minha capacidade e acreditava
nos meus sorrisos, mesmo sabendo do tamanho da minha dor.
Eu ainda no computador e senti o cheirinho dela. Eu estava escrevendo, desabafando. Não tenho passado
dias muito fáceis e tenho prendido o choro. Ela parou do meu lado, não me
esperou parar de digitar e foi dizendo: - Filha. Eu te amo. E estou do seu lado
para qualquer coisa. Eu acredito em você.
Deste momento em diante, eu só poderia me levantar, esquecer
minhas letras e minhas dores, abraçar aquela coisa linda e cheirosa e agradecer
a Deus por ser amada, com a mais pura e intensa verdade de uma mãe. Este amor
me dá forças para enfrentar um batalhão, sorrindo. E o “acreditar” dela em mim,
é minha maior motivação.
O mundo é mais seguro no colo de mãe.
No da minha, eu tenho tudo que preciso para ser feliz.
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